terça-feira, 8 de julho de 2008

Porque, as vezes, eu fico mais louca que o Batman...

Bem, pra começo de conversa devo explicar que meu querido pai nasceu numa cidade chamada Promissão.
Onde fica isso??? Nem eu sei! Descobri há pouco tempo que existe no mapa. Foi em uma aula super produtiva de Fundamentos Teóricos e Práticos para o Ensino de Geografia que eu descobri. E parece que é bem longe.
Eu já estive lá, mas era nenê ainda. Minha mãe conta que o calor era insuportável, tinha mosquitos também e eu não parava de chorar.
Fato que fez minha mãe nunca mais querer voltar ao lugar. Ela conta que o lugar é um tédio, as pessoas sentam na frente da casa. Uma coisa bem interior mesmo!
Eu amo meu pai, admiro pra caramba meu velho, mas tenho que admitir que esse senhor é meio caipira. Meu pai é um "capiau"! Não entendo como uma pessoa que se mudou para a Capital em tão tenra idade consiga ter uns costumes estranhos. Não entender certas coisas das pessoas da cidade grande.
Tenho a impressão que esse povo do interior não vai mudar nunca, nunca vai evoluir, sempre vai ter aquela cabeça fechada, incapaz de entender certas coisas.
Enfim, eu tenho uma família caipira! E é muito engraçado! hahahaha

Tem uma sopa que só minha família faz. Chamam a tal sopa de "sopa de pica-pau". Por favor, respeito com o nome da sopa da minha família, ok? Sem gracinhas!
É uma simples sopa de fuba, mas insistem em dizer que eles que inventaram. Dizem ainda que a tal sopa é receita de família e que, segundo eles (leia-se eles como "as tias velhas do meu pai"), a sopa tem 120 anos! hahhaha

Enfim, domingo agora foi aniversário da minha avó, mãe do meu pai. Ela tem 84 anos sem maiores problemas de saúde. Nem colesterol alto ela tem. Na verdade, eu acho que eu é que tenho problemas de saúde viu. Pelo menos, as vezes, eu adquiro.
E aniversário caipira com pessoas caipiras... bem... já viu né!
As comidas são antigas, da época do fogão a lenha.
Tem tias velhas solteironas que deprimem a gente que não quer necessariamente casar. É impossível participar de uma coisa dessas e não sair de lá querendo casar com o primeiro tonto que cruzar seu caminho. Dá um medo de ficar meio pancada da cabeça!
Ah, toda família do interior tem um amigo padre.
E também tem violão e pessoas que cantam. Como na minha família as pessoas que cantam e que tocam morreram ou então estavam ausentes sobrou um primo que canta ópera.
Minha vó e as irmãs dela (as tias velhas do meu pai) adoram essa patifaria toda e ficam insistindo pro cara cantar. Ele é mais ou menos jovem e sabe que tá se colocando no ridículo, mas a Ala Museu da minha família (a grande maioria é composta por seres pré-históricos) não se toca e fica forçando a barra pro rapaz.
E a gente que acha graça não tem nem o direito de rir daquela palhaçada toda. Então o que fazemos? Seguramos a risada até dar dor de barriga e torcemos pros lustres não quebrarem.
Fora que na minha família também existe uma canção cantada após os parabéns que é uma coisa muito estranha que não tem como descrever. Digamos que é um "espanta" visitantes da família. Quem não está acostumado deve achar que somos um bando de malucos.
Ah, sim, minha vó apaga as velinhas com 84 anos, com direito a bolo e tudo mais.
Enfim, só rindo mesmo. Eu levo isso tudo na brincadeira e tomo muito cuidado para que minhas raízes não me contagiem e não façam com que eu me torne uma ridícula.

Curiosidade: Conta a lenda que o vô do meu pai morreu com mais de 100 anos lá em Promissão. Fizeram uma festa para comemorar o centenário, mas um dia antes da festa foram ver os documentos dele e descobriram que ele já tinha 102 anos. Pelo que eu sei era um senhor sedentário, que fumava cigarro de corda, dormia bastante, comia carne de porco e muito preguiçoso. O serviço dele (que ele permaneceu até após os 100 anos) era abrir e fechar uma porteira o dia inteiro. Só que esse abrir e fechar era só duas vezes ao dia, o resto ele ficava sentado olhando a paisagem.

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